A era de Péricles, de Philipp Von Foltz (1853)
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Na
pintura representada por Foltz acima vemos a "Oração Fúnebre"
de Péricles em
430 a.C., em homenagem aos soldados mortos na guerra do Peloponeso,
que deram a vida por Atenas. Péricles faz um discurso
patriotista, emocionado, e por fim, elogia a democracia em Atenas. "Pois
os heróis têm toda a terra como sua sepultura; e em terras muito
distantes das suas próprias, onde a coluna com o seu epitáfio o
declara, ali está envolto em cada seio um registro não-escrito, sem
tabuleta para preservá-lo, exceto aquela do coração."(Oração
Fúnebre de Péricles,
registrada por Tucídides. )
Péricles é considerado por Tucídides, historiador da época que registra o discurso, o primeiro cidadão de uma Atenas que se intitula democrática.
Péricles é considerado por Tucídides, historiador da época que registra o discurso, o primeiro cidadão de uma Atenas que se intitula democrática.
Ao
nos depararmos com o discurso de Péricles sobre a democracia,
nos perguntamos, no entanto, qual é a diferença ou a semelhança
entre a democracia de Atenas, na Antiguidade, e a democracia praticada nos dias
atuais?
A Democracia (δημοκρατία) tem sua origem no século V a.C. e significa poder do povo, neste regime político é o povo quem governa ou elege seus representantes. Clístenes é considerado o pai da democracia, em 507 a.C. ele assume o comando de Atenas, realiza uma série de reformas políticas e permite a isonomia e a isegoria.
Mas, até que ponto a democracia ateniense não beneficiava apenas uma elite?
A democracia na Antiguidade era direta, e os cidadãos eram escolhidos através de sorteios para ocupar os cargos administrativos e judiciais, havia também uma assembleia legislativa formada pelos cidadãos de Atenas - homens livres, filhos de pais atenienses. Enquanto isso, a maior parte da população, formada por estrangeiros, mulheres e escravos, se via excluída da vida pública.
Platão observou que a democracia direta pode favorecer à demagogia e à tirania. Diante de uma boa oratória, a opinião pública pode ser manipulada, e há o risco de surgir assim um tirano. "Para Platão, a linguagem é eivada de armadilhas, sortilégios e perigos. A multidão, maravilhada pela palavra de um orador, pode, em consequência, votar cegamente contra o interesse público. É por isso que os sofistas, que ensinam a arte de seduzir e de persuadir por meio das palavras, constituem um alvo permanente para Platão."(PIETTRE,1989, p.23).
No Brasil e em muitos países, o que temos é a democracia representativa, ou seja, são eleitos os representantes da maioria dos cidadãos por sufrágio universal. No entanto, podemos questionar até que ponto o regime político é de fato democrático?
Afinal, o que percebemos na prática de muitos governos chamados democráticos é que um pequeno grupo, detentor do poder, toma decisões em benefício próprio, legisla e governa a seu bel-prazer e não representa o povo.
Referências:
PIETTRE, Bernard. Platão, A República: Livro VII: Comentários. Trad. Elza Moreira Marcelina, Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989.
PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica; trad. Haiganush Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
A Democracia (δημοκρατία) tem sua origem no século V a.C. e significa poder do povo, neste regime político é o povo quem governa ou elege seus representantes. Clístenes é considerado o pai da democracia, em 507 a.C. ele assume o comando de Atenas, realiza uma série de reformas políticas e permite a isonomia e a isegoria.
Mas, até que ponto a democracia ateniense não beneficiava apenas uma elite?
A democracia na Antiguidade era direta, e os cidadãos eram escolhidos através de sorteios para ocupar os cargos administrativos e judiciais, havia também uma assembleia legislativa formada pelos cidadãos de Atenas - homens livres, filhos de pais atenienses. Enquanto isso, a maior parte da população, formada por estrangeiros, mulheres e escravos, se via excluída da vida pública.
Platão observou que a democracia direta pode favorecer à demagogia e à tirania. Diante de uma boa oratória, a opinião pública pode ser manipulada, e há o risco de surgir assim um tirano. "Para Platão, a linguagem é eivada de armadilhas, sortilégios e perigos. A multidão, maravilhada pela palavra de um orador, pode, em consequência, votar cegamente contra o interesse público. É por isso que os sofistas, que ensinam a arte de seduzir e de persuadir por meio das palavras, constituem um alvo permanente para Platão."(PIETTRE,1989, p.23).
No Brasil e em muitos países, o que temos é a democracia representativa, ou seja, são eleitos os representantes da maioria dos cidadãos por sufrágio universal. No entanto, podemos questionar até que ponto o regime político é de fato democrático?
Afinal, o que percebemos na prática de muitos governos chamados democráticos é que um pequeno grupo, detentor do poder, toma decisões em benefício próprio, legisla e governa a seu bel-prazer e não representa o povo.
PIETTRE, Bernard. Platão, A República: Livro VII: Comentários. Trad. Elza Moreira Marcelina, Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989.
PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica; trad. Haiganush Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
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